Paris:
A escritora canadense ganhadora do Nobel, Alice Munro, era mais conhecida como uma mestra do conto. Aqui estão cinco de seu célebre tesouro:
– ‘Meninos e Meninas’ (1964) –
Em uma de suas primeiras histórias, Munro mergulhou no que se tornaria um tema característico: a transição complexa e muitas vezes tensa para a idade adulta.
Ambientado em uma fazenda de raposas e contado do ponto de vista de uma jovem, “Boys and Girls” explora as convenções de gênero na pequena cidade de Ontário dos anos 1940 – local de nascimento e lar de Munro, e cenário de grande parte de seus escritos.
A história foi incluída em seu primeiro livro “Dance of the Happy Shades” (1968).
– ‘Espancas Reais’ (1977) –
Esta história sobre a violência familiar diária em uma cidade rural canadense começa com a ameaça da madrasta Flo de administrar uma “espancamento real” em sua impetuosa enteada adolescente, Rose.
A imaginação da menina é despertada pelo termo, e ela imagina carruagens, cavalos e reis, mas descobre uma realidade muito mais brutal quando o pai lhe bate com o cinto.
Munro iria se aprofundar no mundo de Flo e Rose em “Who Do You Think You Are?” (1978), uma coleção de histórias interligadas sobre as duas mulheres que foi indicada ao Prêmio Booker.
– ‘O Progresso do Amor’ (1985) –
Relembrando sua infância, a corretora imobiliária Euphemia, de 30 e poucos anos, pondera sobre o casamento disfuncional de seus pais e sua decisão de fugir de casa e rejeitar tudo o que eles representavam.
O amor no decorrer da história não progride tanto, mas congela e se mistura com recriminações, e através dos sentimentos conflitantes de Euphemia, Munro explora como as emoções evoluem.
Os personagens “se parecem tanto conosco que ler sobre eles, às vezes, é emocionalmente arriscado”, escreveu Joyce Carol Oates no New York Times em 1986.
– ‘O urso veio sobre a montanha’ (1999) –
A tristeza permeia esta história sobre um homem que perde a esposa devido à doença de Alzheimer, com Munro observando inabalavelmente os detalhes devastadores da doença à medida que ela corrói a memória, a linguagem e a personalidade.
Foi adaptado para o cinema em 2006 como “Away from Her”, da compatriota canadense Sarah Polley e com Julie Christie como a infeliz esposa, ganhando duas indicações ao Oscar, incluindo melhor atriz.
– ‘Corrie’ (2010) –
Um engano central habilmente prestado nesta história engana tanto o leitor quanto o protagonista, mostrando a cuidadosa e intricada tecelagem de histórias de Munro em cenários enganosamente banais.
Corrie, uma jovem rica que parece destinada à vida de solteirona, embarca em um caso de anos com um arquiteto, Howard.
Quando ele conta a ela que um conhecido em comum descobriu seu segredo e os está chantageando, Corrie concorda em pagar uma bolsa mensal para manter o potencial delator quieto.
Mas, anos depois, ela descobre que isso era mentira e que Howard estava embolsando o dinheiro o tempo todo.
Munro, que gostava de revisitar e ajustar suas histórias mesmo anos depois, mudou o final da versão de “Corrie” que apareceu em sua coleção “Dear Life” publicada em 2012.
Para Munro, suas histórias “causam dúvidas”, disse Margaret Atwood no podcast The New Yorker Fiction em 2019, “ela gostava de repensar as coisas e se perguntar se acertou na primeira vez”.
(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)