As famílias de cinco mulheres soldados israelenses que se acredita estarem vivas e detidas pelo Hamas em Gaza divulgaram imagens de vídeo mostrando-as sendo capturadas em 7 de outubro.
O exército israelita tinha as imagens da câmara corporal, só recentemente desclassificando-as e entregando-as às famílias das mulheres – a razão por detrás da desclassificação não é clara.
Não está claro se alguma parte já foi redigida pelo exército israelense.
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas disse que as famílias divulgaram as imagens para tentar pressionar o governo a chegar a um acordo de cessar-fogo com o Hamas que libertaria seus entes queridos.
Num comunicado, o Hamas disse que o vídeo era “um excerto manipulado” que “não pode ser verificado” e que a sua divulgação neste momento é “parte dos esforços da ocupação para distorcer a imagem da resistência”.
O grupo também disse que houve “recorte e seleção óbvios de imagens que apoiariam as alegações da ocupação… de que as recrutas haviam sido agredidas”.
Os ferimentos nos soldados, disse o comunicado, foram leves e “esperados em tais situações”.
Caos e confusão
A filmagem mostra cenas de caos com as jovens soldados confusas e assustadas.
Duas mulheres que não falavam árabe puderam ser vistas perguntando se alguém falava inglês, com as mãos amarradas nas costas.
A filmagem era do ataque à base militar de Nahal Oz, parte do ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel que matou 1.139 pessoas e levou cerca de 250 outras cativas.
Sete mulheres soldados, que trabalhavam como vigias na fronteira com Gaza, foram retiradas de Nahal Oz, informou o Fórum.
O exército resgatou uma das mulheres no final de outubro numa operação terrestre e disse que uma segunda foi morta durante a guerra de Israel em Gaza.
“Cada novo testemunho sobre o que aconteceu aos reféns ecoa a mesma verdade trágica – devemos trazê-los todos de volta para casa, agora”, afirmou o Fórum num comunicado.
“O governo israelense não deve perder nem mais um momento.”
A filmagem divulgada na quarta-feira tem cerca de três minutos de duração e foi editada, com algumas imagens borradas para censurar o que o Fórum disse ser um material especialmente sensível.
No vídeo, um grupo de mais de uma dúzia de combatentes armados é visto amarrando as mulheres, duas das quais tinham manchas de sangue visíveis no rosto.
O vídeo foi divulgado em meio à crescente pressão interna sobre o governo israelense para garantir a libertação dos restantes cativos.
Milhares de israelitas, incluindo familiares e outros entes queridos daqueles que ainda estão detidos em Gaza, saíram às ruas nos últimos dias para exigir que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu faça mais para os libertar.
Muitos também apelaram a Israel para que concordasse com um cessar-fogo para trazer os seus familiares para casa em segurança.