Spoilers para a 6ª temporada de “Black Mirror” abaixo.
Para o público moderno, o enredo lembra surpreendentemente a última temporada de “Black Mirror”, que apresenta um episódio (“Demônio 79”) em que o personagem principal tem que matar um candidato a primeiro-ministro antes que ele leve o país a uma situação distante. realinhamento certo, xenófobo e feliz pela guerra. Por que é que os escritores de ficção científica britânicos estão subitamente realmente interessados em histórias em que conseguem matar o primeiro-ministro? Tenho certeza que é apenas uma coincidência.
Dos dois programas recentes, a abordagem de “Black Mirror” é muito mais cínica. O episódio se passa no final dos anos 70, e os planos do malvado político para o Reino Unido não são muito diferentes do que realmente aconteceu nos mais de 40 anos desde então. Semelhante ao reinado de Reagan na América, o Thatcherismo nos anos 80 levou a um grande realinhamento à direita no cenário político do Reino Unido. Embora o Partido Trabalhista acabasse por regressar ao poder, fê-lo deslocando-se mais para o centro, e foi seguido por um reinado conservador de 14 anos – um reinado com o qual os escritores de “Black Mirror” não parecem felizes. “Demon 79” termina com o mundo literalmente explodindo em um Armagedom nuclear, com a mensagem implícita de que talvez esta morte curta e rápida seja melhor do que a que a Grã-Bretanha está passando atualmente.
“Doctor Who” adotou uma abordagem mais otimista. O futuro PM Gwilliam é escrito de uma forma relativamente apolítica – ele é mau porque tem um fetiche por armas nucleares, só isso – e ele é derrotado não por assassinato, mas por Ruby habilmente colocando a misteriosa velha demônio bem ao lado dele. É uma versão familiar do mesmo arco básico de história, dando-nos talvez a primeira versão desta história onde o herói não morre em suas tentativas de salvar o mundo.