Deve ser lembrado que “O Sexto Sentido” não foi apenas um queridinho de prêmios, mas um enorme sucesso. Feito com US$ 40 milhões, o filme arrecadou US$ 672,8 milhões em todo o mundo. Era superado apenas por “Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma” aquele ano. David Vogel, ao que parece, estava certo em ser precipitado, abocanhando o que supôs que seria um grande sucesso. No artigo do Desert Sun, contudo, Vogel lamentou a mudança na estrutura corporativa dentro da Disney, apontando que ela estava se tornando cada vez mais microgerenciada a cada dia. Ele tinha acabado de receber um novo chefe para responder, e então esse chefe recebeu um novo chefe, tornando a liberdade criativa ainda mais difícil. Anteriormente, Vogel tinha a liberdade de aprovar seus próprios projetos cinematográficos. Agora, ele precisava obter vários níveis de aprovação corporativa antes que qualquer movimento pudesse ser feito.
Odiando o sistema, Vogel simplesmente o ignorou. Quando leu “O Sexto Sentido”, ele simplesmente sabia que seria um sucesso, dizendo que tinha “mais potencial para ser um grande sucesso do que qualquer outro filme que eu já tinha lido”. Deve-se lembrar que US$ 2,25 milhões foi o máximo que qualquer estúdio já pagou por um roteiro, sem dúvida disparando todos os tipos de alarmes corporativos. O sakle estava seguro e Vogel estava em paz com isso. Melhor pedir perdão do que permissão, pensou ele.
Quase imediatamente, porém, seu chefe (não identificado no artigo do Desert Sun) atacou Vogel. Para compensar os custos, o chefe de Vogel entregou, a contragosto, parte do financiamento de “O Sexto Sentido” à Spyglass Entertainment, deixando apenas 12,5% da propriedade nas mãos da Disney. Pouco depois, Vogel foi demitido imediatamente.