Chefe de direitos humanos da ONU condena ‘derramamento de sangue sem precedentes’ na Cisjordânia ocupada – SofolFreelancer


As Nações Unidas renovaram o seu apelo ao fim da violência contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada.

Volker Turk afirmou num comunicado divulgado na terça-feira que, além do número de mortos na Faixa de Gaza, “o povo da Cisjordânia ocupada também está sujeito a um derramamento de sangue sem precedentes, dia após dia”. As palavras do chefe dos direitos humanos da ONU surgiram no momento em que os militares e colonos israelitas realizavam novos ataques no território.

“A impunidade generalizada para tais crimes tem sido comum há demasiado tempo na Cisjordânia ocupada”, disse ele, acrescentando que isto criou um ambiente para mais “assassinatos ilegais” por parte das forças israelitas.

De acordo com Turk, as forças israelenses mataram a tiros Ahmed Ashraf Hamidat, de 16 anos, em 1º de junho, e feriram gravemente Mohammed Musa al-Bitar, de 17 anos, que morreu um dia depois, perto do campo de refugiados de Aqabat Jaber, em Jericó.

Eles foram baleados nas costas a uma distância de cerca de 70 metros enquanto fugiam depois de atirar pedras ou coquetéis molotov contra um posto militar no território palestino ocupado, disse ele.

A guerra em Gaza provocou uma onda de violência e prisões na Cisjordânia. Pelo menos 505 palestinos foram mortos na Cisjordânia ocupada desde os ataques de 7 de outubro contra Israel, segundo dados confirmados pela ONU. Os dados mostram que 24 israelenses foram mortos.

Um cálculo da Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos regista a detenção de 9.025 pessoas no mesmo período, incluindo 300 mulheres e 635 crianças. Muitos dos que foram libertados relataram terem sido torturados e abusados ​​durante a sua detenção.

Violência renovada

Quando a declaração de Turk foi divulgada, foram apresentados relatos de violência renovada e detenções na Cisjordânia.

Repórteres da Al Jazeera no local confirmaram que as forças israelenses atiraram e mataram dois homens palestinos de Tulkarem na terça-feira, com o exército alegando que estavam prestes a realizar um ataque armado.

Mais três palestinos foram mortos num ataque israelense a Nablus.

A agência de notícias Wafa informou no início da tarde de terça-feira que 22 palestinos, incluindo ex-detidos, foram presos desde a madrugada.

As detenções, acompanhadas de rusgas e ameaças contra as famílias dos detidos, foram realizadas em Ramallah, Belém, Nablus, Salfit, Tubas, Jericó e Jerusalém Oriental.

Pelo segundo dia consecutivo, as forças israelitas também impuseram um bloqueio a Jericó.

Entretanto, em Ein Samiya, a leste de Ramallah, colonos israelitas roubaram 120 ovelhas pertencentes a um cidadão palestiniano no último ataque a agricultores, segundo um relatório da Wafa citando uma fonte de segurança.

Leave a Reply