Um fã de história militar na China parece ter feito uma descoberta alarmante depois de recolher quatro livros descartados por menos de 1 dólar numa estação de reciclagem de bairro: eram documentos militares confidenciais.
O Ministério da Segurança do Estado do país contou a história em uma postagem nas redes sociais na quinta-feira, elogiando o aposentado por ligar para uma linha direta para relatar o incidente. Identificou-o apenas pelo nome de família, Zhang, e não disse do que tratavam os documentos.
“O Sr. Zhang pensou consigo mesmo que havia ‘comprado’ os segredos militares do país e os trazido para casa”, diz o post, “mas se alguém com segundas intenções os comprasse, as consequências seriam inimagináveis!”
A postagem, que foi republicada em pelo menos dois sites de notícias chineses populares, foi a mais recente de uma série da poderosa agência de segurança do Estado que parece estar tentando atrair novos públicos com histórias dramáticas. Alguns foram contados no estilo de quadrinhos.
A campanha parece concebida para aumentar a consciência sobre a importância da segurança nacional numa altura em que o confronto com os EUA está a aumentar e ambos os países estão cada vez mais preocupados com o possível roubo ou transferência de informações confidenciais e secretas.
A postagem descreve Zhang como um ex-funcionário de uma empresa estatal que gosta de colecionar jornais e periódicos militares. Diz que ele encontrou dois sacos de livros novos na estação de reciclagem e pagou 6 yuans (cerca de 85 centavos) por quatro deles.
Agentes de segurança do Estado correram para a delegacia depois que Zhang relatou o que havia acontecido, diz o post. Após uma investigação, eles descobriram que dois militares acusados de destruir mais de 200 livros se livraram deles, vendendo-os a um centro de reciclagem como lixo de papel – 65 libras no total – por cerca de 20 yuans (US$ 2,75).
Os agentes apreenderam os livros e os militares fecharam brechas no manejo desse material, diz o post.
Os órgãos de segurança estatal e o sistema jurídico opacos da China muitas vezes tornam difícil dizer o que é considerado segredo de Estado.
As consultorias chinesas e estrangeiras que operam no país foram colocadas sob investigação por possuírem ou partilharem informações sobre a economia, num aparente alargamento da definição de segredo de Estado nos últimos anos.