Os humanos evoluíram para serem caçadores e caçados; embora Um homem sábio pode abater presas grandes, nossa espécie também é vulnerável a grandes predadores. Agora, uma nova pesquisa revela como o cérebro humano alterna entre esses dois modos de sobrevivência.
A resposta está no hipotálamo, uma pequena estrutura aninhada bem no meio do órgão. Esta antiga região do cérebro antecede a evolução dos vertebrados e assim aparece em todos os animais vertebrados; regiões cerebrais semelhantes também existem em invertebrados. O hipotálamo é conhecido por executar tarefas de sobrevivência muito básicas, como regular a temperatura corporal, desencadear a liberação de hormônios, regulando ritmos circadianos e enviando sinais de fome.
O novo estudo, publicado quinta-feira (27 de junho) na revista Biologia PLOSdescobriu que o hipotálamo também gerencia o comportamento de sobrevivência de alternar entre caçar e ser caçado.
O hipotálamo já havia demonstrado assumir essa tarefa em outros mamíferos, como camundongos. Mas a nova pesquisa marca a primeira vez que a região demonstrou fazer isso também em humanos, escreveram os autores do estudo em seu artigo.
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O hipotálamo é pequeno – mais ou menos do tamanho de uma ervilha – e é composto de núcleos ainda menores, minúsculos demais para serem usados. cérebro técnicas de digitalização, como ressonância magnética funcional (fMRI), para obter imagens.
Os pesquisadores usaram vários métodos para superar esse problema. Um deles envolvia determinar o pulso do líquido cefalorraquidiano – um líquido claro que flui ao redor e nas lacunas do cérebro e da medula espinhal – e depois corrigir esse movimento em seus dados de fMRI. Eles também usaram um tipo de inteligência artificial chamado aprendizado profundo para detectar e classificar padrões de atividade que, de outra forma, seriam sutis demais para serem detectados.
A equipe primeiro fez com que 277 voluntários jogassem um videogame no qual eles tinham que mudar do comportamento de caça para o comportamento de fuga. O jogo consistia em uma arena simples onde os participantes moviam um avatar. A cor das bordas da arena comunicava se os participantes deveriam estar caçando ou fugindo de outra figura computadorizada.
Os cérebros desses participantes não foram escaneados, mas os pesquisadores estudaram as ações dos voluntários para criar um modelo de computador que pudesse diferenciar quando alguém estava em modo de caça ou fuga.
Em seguida, outros 22 participantes jogaram o mesmo jogo dentro de um scanner de fMRI. Esse tipo de imagem cerebral faz uma medida indireta da atividade cerebral que é baseada no movimento do sangue e do oxigênio através de diferentes regiões cerebrais. Quando uma determinada região do cérebro está ativa, o fluxo de sangue oxigenado para essa área aumenta.
Para fins de comparação, os mesmos 22 participantes também realizaram uma tarefa que envolvia apenas mover seu avatar pela tela, sem qualquer motivação específica para sobreviver.
Os resultados revelaram que o hipotálamo atuou como um centro de controle, facilitando a troca entre comportamentos de predador e presa. Fez isso comunicando-se com um conjunto de outras regiões do cérebro, incluindo o amígdala, região conhecida por processar o medo, e o córtex pré-frontal ventromedial, conhecido por estar envolvido em tarefas de tomada de decisão, incluindo avaliação de risco em uma determinada situação. Essa mudança envolveu a supressão do comportamento da tarefa anterior.
O hipotálamo continua a coordenar o novo comportamento após a ocorrência dessa mudança, permanecendo ativo durante todo o processo.
“Essas descobertas ampliam nossa compreensão do hipotálamo humano de uma região que regula nossos estados corporais internos para uma região que alterna comportamentos de sobrevivência e coordena comportamentos estratégicos de sobrevivência”, escreveram os autores.
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