Os Estados Unidos implementaram novas sanções contra mais de 300 indivíduos e empresas acusados de ajudar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, incluindo entidades na China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Turquia.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse na quarta-feira que as medidas visam os caminhos restantes de Moscou para a obtenção de materiais e equipamentos necessários para sustentar a guerra.
“Estamos a aumentar o risco para as instituições financeiras que lidam com a economia de guerra da Rússia e a eliminar caminhos de evasão, e a diminuir a capacidade da Rússia de beneficiar do acesso a tecnologia, equipamento, software e serviços de TI estrangeiros. Todos os dias, a Rússia continua a hipotecar o seu futuro para sustentar a sua guerra injusta de escolha contra a Ucrânia”, disse Yellen num comunicado.
Em declarações transmitidas pela agência de notícias estatal russa TASS, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse que Moscovo “não deixaria tais ações agressivas sem resposta”.
As entidades visadas incluem a Bolsa de Moscou, que administra os maiores mercados públicos da Rússia para ações e produtos cambiais, a empresa Red Coast Metals Trading, sediada nos Emirados Árabes Unidos, e as empresas chinesas Hangzhou Keming Intelligent Technology e Shandong Oree Laser Technology.
O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse no início da semana aos jornalistas que Washington iria “confrontar as políticas não mercantis da China que estão a conduzir a repercussões globais prejudiciais”.
A China estreitou laços com o presidente russo, Vladimir Putin, desde a invasão da Ucrânia, mas negou repetidamente o fornecimento de armas a Moscovo.
Ao abrigo das últimas medidas, Washington também alargará a sua definição de “base militar-industrial” para aplicar as chamadas sanções secundárias a instituições financeiras estrangeiras que façam negócios com quaisquer entidades sancionadas.
O Departamento de Comércio dos EUA anunciou separadamente que colocou na lista negra oito endereços em Hong Kong, numa tentativa de desmantelar empresas de fachada que se acredita estarem a desviar semicondutores para a Rússia.
O anúncio das últimas sanções ocorreu no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, chegava à Itália para participar na cimeira anual do G7.
A cimeira, que reúne os líderes das principais economias, incluindo o Reino Unido, França, Alemanha e Japão, deverá concentrar-se em formas de reforçar o apoio à Ucrânia e de conseguir um cessar-fogo em Gaza.